Aproxima-se no calendário litúrgico do cristianismo, um período especial de preparação, meditação, adoração, oração e até para alguns marcado por jejum.
Celebra-se o “advento” (significado: Chegada/vinda) de Jesus Cristo há cerca de 2 mil anos atrás, é um período que corresponde às 4 semanas que antecedem o Natal.
A salvação de Deus prometida por meio de Jesus Cristo, foi esperada e desejada durante centenas de anos pelo povo de Deus, eles simplesmente confiaram nas promessas de Deus, mesmo que nunca chegaram a ver o cumprimento dessas promessas.
Nós somos privilegiados, porque conhecemos o cumprimento das promessas do 1º advento de Jesus Cristo, conhecemos toda a história da redenção, temos recebido a completa e perfeita revelação e assim entendemos todos os benefícios que vieram com Jesus Cristo.
O cristianismo é sobre uma Pessoa, Jesus Cristo e na verdade O celebramos, não apenas durante 4 semanas, mas todos os 365 dias do ano, porque Deus se fez carne para nos salvar.
“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” João 1:14
- “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” João 1:14
Por quê João se refere a Jesus Cristo como “Verbo”?
E não, Caminho, Verdade, Vida? Reparemos que João usa esse termo no capítulo 1, de forma repetida (vs.1,10 e 14) e não dá nenhuma explicação.
Se não tem explicação é porque obviamente era facilmente entendido pelos leitores originais e os destinatários que eram tanto judeus como gregos.
A palavra no original traduzida para “Verbo” nas nossas traduções é “Logos” – No Helenismo, ou seja, no pensamento grego, tanto na filosofia como na religião, logos era usado como um título para a força criadora (alguns defendiam que era o fogo, água, ar e terra), como referência a uma mente inteligente organizadora do universo, o pensamento estoico por exemplo defendia um universo governado por uma razão universal natural, “Logos” era um conceito abstrato e inatingível, algo impessoal, ou seja, uma força/energia e sabedoria que criou todas as coisas.
Para os judeus, era uma expressão familiar, com referência a revelação de Deus…
No Antigo Testamento, encontramos várias vezes a expressão “E veio a Palavra do Senhor…”, Deus é uma Pessoa que comunica, revela-se ao Homem e especialmente pela Sua Palavra.
Queremos conhecer Deus? Temos de “ouvir” a Sua Palavra.
Em Hebreus 1:2 o autor afirma que ”nos falou pelo Filho”
Se Deus não falasse, não conheceríamos nada sobre Ele. E quando Ele fala é perfeitamente consistente com o que Ele é! Ele não entre em contradição, não podemos separar a Sua Palavra da Sua Pessoa.
O Filho, Jesus Cristo é a revelação Plena da Vontade, da Sabedoria, da Justiça, da Santidade, de todos os atributos de Deus e de toda a Sua Mensagem.
É por isso, que claramente o apóstolo João começa com uma declaração anti gnóstica, antifilosofia grega, pois o evangelho de João tem o objetivo de combater o gnosticismo, a filosofia grega que ameaçou o cristianismo principalmente durante os seus três primeiros séculos, o cristianismo afogou o gnosticismo, mas desconhecia que ele sabia nadar e ele ainda está bem presente, por isso necessitamos vez traz vez voltar ao Evangelho de João porque o mesmo apresenta provas contundentes que o Messias esperado, já veio e é o Deus que se fez Homem.
João1:1 – “No principio” – Na origem de todas as coisas (palavra “arje”, arché, arche).
João1:1 – “estava com Deus” – No grego, a preposição aqui usada é “pros”.
“Pros” – Significa em “direção a”, “para” ou “por”. Podemos traduzir da seguinte forma “pertencia a Deus”.
“e o Verbo era Deus” – A ordem correta de tradução de acordo ao original seria “e Deus era o Logos.”
Deus é uma Pessoa, Jesus Cristo é uma Pessoa, e essa Pessoa é Deus.
O apóstolo João é claro em afirmar e defender que:
“Dentro da origem de todas as coisas esteve o Logos (a expressão corpórea de Deus), e o Logos pertencia a Deus e Deus era o Logos.”
Nos seguintes versículos introdutórios da sua carta (João 1:2-3), o apóstolo afirma contundentemente que “tudo foi por Ele e fora Dele nada existente existiu”. (Tradução literal do grego).
Jesus Cristo é o maior dom dado aos Homens, Ele é o próprio Deus por quem fomos criados, sustentados, por quem podemos conhecer a Deus e recebemos todas as coisas e o único que pode satisfazer por completo as nossas almas.
- “se fez carne” – Jesus, é a expressão corpórea de toda a Divindade.
“Existiu em carne” – Não que foi feito em carne, senão era uma criação e já não era Deus.
Se fez corpóreo e sem pecado, pois não houve uma conceção natural, mas um evento transcendente, milagroso e inexplicável.
Deus, o invisível passou a ser visível, o eterno passou a habitar o espaço e o tempo!
Ele é o verdadeiro Deus, e o verdadeiro Homem, o verdadeiro Deus-Homem.
O “Logos” é a Expressão corpórea de toda a Divindade.
Qual foi o dom mais custoso dado aos Homens?
O próprio Deus se humilhou em figura humana, se sujeitou as fragilidades da humanidade, se entregou por nós na Cruz e morreu para nos salvar.
A Salvação é gratuita para nós, mas teve um Alto custo para Deus.
- “habitou entre nós” – Deus, habitou entre nós.
Literalmente “fez tenda” – Jesus substitui o antigo tabernáculo.
Onde habitava a plenitude da Divindade na antiga aliança? No tabernáculo, no Templo, especificamente no Lugar Santíssimo, mas habitava de forma simbólica.
Em Cristo habita toda a plenitude da Divindade e a plenitude da Divindade habitou entre nós.
“Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade;” Colossenses 2:9
Deus se encontrava com o Homem no propiciatório que se encontrava dentro do tabernáculo no lugar Santíssimo, agora Deus em Jesus Cristo manifestou-se ao Homem no seu maior acto de reconciliação, a Cruz.
- “cheio de graça e de verdade” – Jesus Cristo é o Maior dom dado aos Homens.
A Graça e a Verdade é tudo o que define Deus.
Graça e Verdade são termos baseados nos conceitos do Antigo Testamento, com base na lealdade e fidelidade de Deus à Sua aliança e ao Seu Povo (O Povo da aliança).
Graça e Verdade refere-se as Promessas e Procedimentos (Torah/Lei/Mandamentos) de Deus, Ele é perfeitamente justo, verdadeiro e perfeitamente gracioso!
- “vimos a sua glória, glória como do Unigénito (grego: “monogenos”) do Pai” – Jesus Cristo voltará.
A origem é só de uma (mono) natureza e não de duas naturezas. Jesus Cristo é o Único, sem igual que é da mesma essência de Deus Pai.
João afirma que viu juntamente com outros a manifestação da presença e do Poder de Deus, a Sua Glória, como referência a majestade, magnificência e sublimidade (perfeição e excelência) de Deus.
Não o único, mas um dos mais marcantes eventos que seguramente ecoava na mente de João era o episódio da transfiguração, onde eles tiveram uma antevisão da glória futura, celebramos a encarnação de Jesus Cristo na primeira vinda, na expectativa da Sua segunda vinda em glória.
O Maior Presente de Deus aos Homens é Ele próprio e já nos foi entregue na Pessoa de Jesus Cristo!